Para que um provedor de internet possa se manter competitivo no mercado, é importante conhecer as mudanças do segmento que podem influenciar na sua atuação. Saber identificar o que são IPv4 ou IPv6, como eles funcionam e porque é importante se modernizar, é uma das missões mais importantes do gestor de um ISP.
Alguns provedores de internet ainda utilizam o IPv4, mas devem se preparar para atender uma demanda cada vez mais voltada ao IPv6. Por isso, desenvolvemos um conteúdo com as principais diferenças entre os dois principais protocolos de internet para que você possa entender como ambos funcionam na prática. Confira a seguir!
O que é o IPv4?
A entrega das diferentes informações da internet se dá por meio de endereços, ou Internet Protocol (IP). É assim que o provedor de internet transfere o sinal ao usuário e é por meio do IP que se acessa uma determinada página.
A versão mais difundida dos protocolos de internet é o IPV4. Protocolo vigente quando a internet se popularizou, tornando-se a tecnologia mais difundida entre os usuários de internet.
Quando o IPv4 se tornou um problema?
O IPv4 é um protocolo de internet baseado em uma combinação de números. Por ter 32 bits, a combinação de endereços possíveis é de 4 bilhões. Nos anos 80, antes de a internet se tornar tão popular e dependermos tanto das redes com IPs, isso parecia uma quantidade enorme. Na década seguinte, começaram a perceber que algo precisava ser feito.
Como o compartilhamento de IPs prolongou a duração do IPv4?
Uma das soluções passou a ser o compartilhamento do mesmo IP por diversos pontos finais. Os provedores passaram a distribuir o sinal de internet para cada usuário através de um único número. Isso foi possível pelo uso do CGNAT (Carrier Grade Network Address Translation), também conhecido como Large Scale NAT (LSN), ou simplesmente NAT, a tecnologia de compartilhamento de IP.
O que surgiu para substituir o IPv4?
Mesmo com a adoção do compartilhamento de um mesmo IP por várias máquinas, era matematicamente previsível que o IPv4 esgotaria sua capacidade em alguns anos. Por isso, em 2012 foi oficializado o IPv6.
Nessa nova versão, o protocolo tem 128 bits, com capacidade para 340 undecilhões de endereços. As chances de esgotamento desse novo protocolo, nos parâmetros atuais de uso de IPs, é muito pequena.
Outra diferença entre o IPv4 e o IPv6 é o fluxo de pacotes de dados com mais largura de banda. Isso é útil para operações que são cada dia mais comuns, como o uso de streaming multimídia.
O IPv6 é mais seguro que o IPv4?
Além da maior possibilidade de endereços, o IPv6 conta com protocolos mais modernos de segurança. O novo protocolo possui um reforço padrão na segurança, adotando o IP Security (IPSec), que usa uma série de medidas de segurança, autenticação e integridade de dados.
O implemento de protocolos de segurança como padrão é um dos maiores diferenciais do IPv6. Com a criptografia de ponta a ponta, os ataques com interceptação de dados (conhecidos como man-in-the-middle) se tornam mais difíceis.
Além do IPsec, o IPv6 ainda conta com a resolução de nome mais segura, uma funcionalidade de segurança independente. O protocolo Secure Neighbor Discovery (SEND) inclui uma extensão de segurança ao protocolo Neighbor Discovery Protocol (NDP), deixando o acesso mais seguro.
O IPSec pode ser implementado em redes que utilizam o IPv4, mas depende das configurações do provedor. É possível deixar uma rede IPv4 mais segura, mas, no caso do IPv6, essa é a forma padrão da rede.
Quem é mais veloz: IPv4 ou IPv6?
As redes baseadas no IPv4 utilizam configurações para organizar o compartilhamento do IP em diversos pontos finais, portanto, se esperava que o IPv6 fosse mais rápido. No entanto, o protocolo acaba sendo ligeiramente mais lento por movimentar volumes maiores de dados ao mesmo tempo.
A diferença é pequena, especialmente porque o IPv4 foi atualizado ao longo dos anos e se tornou mais veloz. Não se trata de uma diferença relevante a ponto de não se adotar a nova tecnologia, especialmente porque ela tende a receber as atualizações daqui por diante.
Qual é mais fácil de configurar: IPv4 ou IPv6?
Como vimos na parte de segurança, o IPv6 é pensado para a configuração automática de várias definições. Com isso, assim que o dispositivo se conecta a uma rede, ele gera um endereço de IPv6 sem depender de configuração manual ou de um protocolo de configuração dinâmica de host (DHCP). Assim, as redes baseadas em IPv4 são mais trabalhosas, precisam de configurações e ajustes de compatibilidade que não são necessários no IPv6.
Os ISPs devem investir em IPv4 ou IPv6?
Quando pensamos estrategicamente no negócio de um provedor de internet, fica claro que é importante saber trabalhar tanto com IPv4 quanto IPv6. Ainda assim, a tendência é que o IPv4 desapareça do mercado, que cada vez menos dispositivos sejam compatíveis e, por isso, se atualizar é muito importante.
Como se trata de uma mudança gradativa, o primeiro momento é lidar com a coexistência dos dois protocolos. Em seguida, o provedor deve se adaptar para oferecer o que há de mais moderno em termos de acesso à internet. Essa é uma questão fundamental para quem deseja se manter competitivo e atender ao maior número possível de clientes.
O ponto de maior atenção para quem deseja se adaptar ao IPv6 é a aquisição de aparelhos usados. É bom evitar comprar itens que não sejam compatíveis com IPv6, o que hoje só acontece com aparelhos mais antigos.
O trabalho dos provedores de internet é oferecer a melhor tecnologia disponível, com boa qualidade e investimentos em segurança. Por isso, na hora de escolher o IPv4 ou IPv6 é importante concentrar esforços para adotar as novas tecnologias. Quem quer se manter relevante no mercado deve aderir às tendências do setor e, nesse sentido, conhecer e se adaptar ao IPv6 pode ser uma estratégia importante para os ISPs.
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